terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Síndrome do Túnel do Carpo





A Síndrome do túnel do carpo (STC) é uma neuropatia periférica que ocorre devido à compressão do nervo mediano no nível do punho. O túnel do carpo é composto por ossos carpais dorsalmente e pelo ligamento transverso do carpo volarmente. O M. flexor superficial dos dedos (FSD) e o flexor profundo dos dedos (FPD), o flexor longo do polegar (FLP), o nervo mediano e a artéria mediana situam-se no túnel do carpo. Caso os tendões fiquem inflamados, o espaço no interior do túnel do carpo é diminuído e o nervo é comprimido. A pressão também pode ser aumentada pela flexão ou extensão excessivas do punho.



Sinais e Sintomas

Os sintomas clássicos são dormência, formigamento do polegar à metade radial do dedo anular, predominante durante a noite, dor e imprecisão de movimentos ou enfraquecimento da mão. Afeta as duas mãos em 60% dos casos. Eventualmente ocorre em todo o membro superior.

Mecanismo de lesão

As causas mais comuns são a exigência de flexão do punho, a extensão do punho e a tenossinovite (inflamação da membrana que recobre o tendão) a nível do tendão dos flexores. Neste caso os tendões inflamados levam a uma compressão crônica e intermitente do nervo mediano que é a estrutura mais sensível do conjunto que compõe o túnel do carpo.
As pessoas mais acometidas são as que trabalham com movimentos repetitivos, como digitação ou tocar violão, podendo ocasionar as famosas L.E.R (Iesões por esforço repetitivo). Pode também acontecer devido a alterações hormonais como menopausa e gravidez; fato que explica o porquê da maior incidência em mulheres. Outras doenças associadas são diabetes mellitus, artrite reumatóide, doenças da tireóide e tumores.

Diagnóstico

O diagnóstico da síndrome do túnel do carpo é baseado nos sintomas característicos e na comprovação da compressão do nervo por um exame chamado eletroneuromiografia; nesse exame os nervos do antebraço, punho e dedos são estimulados por choques de pequena intensidade sendo o resultado medido na tela do aparelho.
A confirmação do diagnóstico de síndrome do túnel do carpo pode ser obtida quando a percussão sobre a projeção do ligamento carpal volar é capaz de reproduzir a dor (sinal de tínel).
Os sintomas comuns a síndrome, como parestesias dos dedos, podem ser reproduzidos mediante a flexão máxima do punho e a manutenção do mesmo nesta posição por no mínimo um minuto (teste de Phalen).

Sinal de Tínel


Teste de Phalen


Tratamento

O tratamento leva em conta o grau de comprometimento, se for leve recomenda-se a utilização de tala noturna com o punho na posição neutra e uso de antiinflamatório não-hormonal. Não havendo melhora, pode ser aplicada cortisona dentro do canal do carpo para alívio dos sintomas e encaminhamento para fisioterapia.

Tratamento Fisioterapêutico

A diminuição do edema gerado pela inflamação das estruturas vizinhas ao nervo mediano deverá ser o primeiro objetivo do tratamento fisioterápico (a tendinite é a principal causa) por isso devemos utilizar o ultra-som e/ou laser que possui princípios analgésicos e antiinflamatórios acompanhados de manipulações da região acometida.
O uso da eletroterapia com a TENS ou Corrente interferencial também pode ser usada como forma de alívio da dor.
A orientação quanto às atividades da vida diária (AVDs) devem ser dadas privilegiando a biomecânica funcional do membro.
Exercícios de alongamento dos flexores dos dedos e do punho sob orientação do profissional são benéficos para melhorar a função e aumentar a formação de líquido sinovial auxiliando com isso, a lubrificação dos tendões, bainhas e fáscias adjacentes (tendões lubrificados diminuem o atrito entre as bainhas evitando a inflamação).
Caso o tratamento conservador não apresente resultados, a intervenção cirúrgica através da liberação do túnel do carpo pode ser realizada. A reabilitação após a liberação consiste de massagem sobre a cicatriz e exercícios de amplitude de movimento (ADM). Os exercícios de deslizamento do tendão são realizados para melhorar a ADM e o isolamento dos tendões. Esses exercícios começam com a extensão total dos dedos e, em seguida, com o punho cerrado e recurvado, a fim de maximizar a ultrapassagem do FDP em relação ao FSD, em seguida, com o punho cerrado e esticado, a fim de maximizar a ultrapassagem do FSD e, finalmente, com o punho composto. A extensão total deve ser realizada entre cada posição. A ADM do punho também deve ser executada.
A seqüência de tratamento deve se dar com o fortalecimento da força de preensão. Os exercícios devem começar lentamente, para não aumentar os sintomas. O fortalecimento do punho também pode ser efetuado e, normalmente, começa duas a quatro semanas após a cirurgia, depois da consulta ao médico. 

Recomendações

Tentar evitar atividades que impliquem movimentos de flexão e extensão do punho.
Dar intervalos de 05 à 10 min a cada meia hora de trabalho contínuo onde há movimentos repetitivos, como digitação, fazendo alongamento de punho de 10 à 15 segundos.
Sente-se corretamente e apóie os braços e punhos quando usar o computador. Não se esqueça de que seu uso inadequado é um fator de risco para a L.E.R e a síndrome do túnel do carpo.

Referências

PRENTICE W. E, VOIGHT M. L. Técnicas em reabilitação musculoesquelética. ed. Artmed. Porto Alegre. 2001.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Descoberto hormônio que gera benefícios da atividade física!


Um hormônio natural, presente no corpo humano, é o responsável por gerar alguns dos principais benefícios trazidos pela atividade física. A irisina foi identificada e descrita por um estudo da Faculdade de Medicina Harvard publicado na edição desta semana da revista científica “Nature”.
A descoberta não significa que uma pílula vá substituir a academia, pois o hormônio não fortalece os músculos. Contudo, ele é sim um candidato para o tratamento da obesidade, da diabetes e de outros problemas, incluindo o câncer.
Quando os níveis de irisina são elevados pelo exercício – ou no caso do estudo, pela injeção de hormônio em camundongos –, ela aciona genes que transformam a gordura branca, comum, em gordura marrom. A gordura marrom queima mais calorias em excesso do que o próprio exercício.
“Havia um sentimento nesse campo de que o exercício ‘conversa’ com vários tecidos no corpo. A pergunta era: como?”, disse Bruce Spiegelman, que liderou a pesquisa, em material divulgado pela faculdade.
Segundo os pesquisadores, não há sinais de efeitos tóxicos nos animais testados, até porque a quantidade injetada foi semelhante à que é liberada pela atividade física. Um remédio à base desse hormônio não deve ser testado em menos de dois anos.





domingo, 8 de janeiro de 2012

Fisioterapeuta Dr. Wellington Oliveira dá entrevista sobre Watsu no programa "Sem Censura".


O programa Sem Censura, apresentado na TV Cultura-Pa, Canal 02, irá ao ar nesta segunda dia 09/01/12 às 13:30h contará com participação especial do Fisioterapeuta Dr. Wellington Oliveira para falar sobre o método Watsu. O método, apesar de ser uma excelente terapia complementar na fisioterapia aquática, não é tão conhecido e usado por falta de conhecimento de muitos, espera-se que com um pouco mais de divulgação essa terapia tenha um pouco mais de reconhecimento e possa crescer, pois apresenta ótimos resultados em diversas patologias, principalmente dores osteomusculares e até transtornos psicológicos.

Materia do jornal folha de SP sobre método Halliwick


De longe, parece uma sessão tradicional de fisioterapia na água. Mas as músicas cantadas pelos alunos, os jogos e exercícios indicam que se trata de algo diferente.
A aula é do método Halliwick, cuja meta não é só a reabilitação física, mas também autoconfiança e independência na água. É indicada para portadores de qualquer deficiência, como paraplégicos, pessoas com síndrome de Down ou que sofreram derrame.

Lalo de Almeida/Folhapress
Método Halliwick tem como meta não só a reabilitação física, mas autoconfiança e independência do paciente


Neste mês, o projeto de Halliwick na unidade Lapa da Rede Lucy Montoro, ligada à Faculdade de Medicina da USP, ganhou o prêmio Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
O método surgiu na Inglaterra na década de 1950. Seu criador, o engenheiro James McMillan, usou conhecimentos de hidrostática e hidrodinâmica para a reabilitação de mulheres com deficiência que moravam numa instituição chamada Halliwick.
Na hidroterapia "clássica", a sessão é individual e o fisioterapeuta treina a execução de movimentos específicos.
"O Halliwick é uma atividade aquática funcional que treina diversas habilidades e as funções cognitiva e social", diz o fisioterapeuta Mauricio Koprowski Garcia, presidente da Associação Brasil Halliwick.


COMO FUNCIONA


Os alunos são divididos em três níveis, de acordo com suas habilidades. No primeiro deles, vermelho, o enfoque está na adaptação. No amarelo, os alunos fazem treinos para jogar o corpo para a frente e para trás, de um lado para outro e fazer rotações.
Na última etapa a gama de movimentos aumenta, para que o aluno não precise mais do contato com o instrutor e tenha independência.
"Os nadadores ganham a sensação de 'eu posso'. A longo prazo, o aluno tem melhora no andar e no sono e sente menos dor", diz Garcia.
Marcos de Oliveira Almendro, 50, está há quase um ano no projeto. Ele sofreu um acidente de moto em 2007 e teve paralisia no lado esquerdo do corpo. "Saio relaxado e vejo melhora também fora da água. Estou conseguindo nadar quase como antes."


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Tratamento de AVC com célula-tronco tem êxito em testes preliminares!


Os primeiros testes clínicos de uma técnica que usa células-tronco para tratar pacientes que sofreram derrames cerebrais entrarão em sua segunda fase após serem autorizados oficialmente no Reino Unido.
Uma avaliação feita por um órgão independente concluiu que a primeira fase de testes --em que células-tronco foram injetadas nos cérebros de três pacientes em um hospital de Glasgow, na Escócia-- não produziu efeitos adversos sobre o grupo de voluntários.
Agora, o tratamento poderá ser testado em um número maior de pessoas.
A equipe de pesquisadores, da Escola de Medicina da Universidade de Glasgow, espera que as células-tronco auxiliem o organismo a reparar o tecido cerebral danificado pelo derrame.
O chefe da equipe, Keith Muir, disse à BBC que estava satisfeito com os resultados obtidos até agora.
"Temos de estar satisfeitos em relação à segurança antes de podermos continuar testando os efeitos dessa terapia", afirmou.
"Como é a primeira vez que esse tipo de terapia com células é usado em humanos, é importante que determinemos que há segurança para podermos seguir em frente. Agora temos permissão para testar uma dose maior de células."
Um idoso foi a primeira pessoa no mundo a receber o tratamento, no ano passado. Desde então, a técnica foi testada em outros dois pacientes.

TESTES GLOBAIS

Os pacientes receberam doses muito pequenas de células-tronco, em testes cujo objetivo era avaliar quão seguro é o procedimento.
No próximo ano, um grupo com no máximo nove pacientes receberá doses progressivamente maiores --também, inicialmente, para testar a segurança da técnica.
Os médicos também vão usar os testes clínicos para avaliar a melhor forma de medir quão efetivo é o tratamento. Essa medição da eficácia será essencial quando começaram os testes com um número ainda maior de pessoas, daqui a um ano e meio.
Cada vez mais testes clínicos regulamentados de tratamentos usando células-tronco são realizados no mundo.
Entre eles, estão testes iniciados no ano passado pela empresa americana Geron para o desenvolvimento de um tratamento para paralisia.
Os tratamentos estão em fase inicial, e é provável que muitos anos se passem até que eles sejam oferecidos à população em geral.
Segundo estimativas feitas em 2001 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), acidentes vasculares cerebrais são responsáveis por 5,5 milhões de mortes anualmente.
De acordo com estatísticas de outras entidades, derrames cerebrais seriam a terceira causa de morte mais comum no mundo, superados apenas por problemas cardíacos e todos os tipos de câncer combinados.
Os testes clínicos para terapias que usam células-tronco no tratamento de pacientes que sofreram derrames cerebrais estão sendo feitos pela companhia Reneuron Group plc, com sede no Reino Unido.
O diretor da empresa, Michael Hunt, disse que ainda há um longo caminho a percorer na busca por um tratamento. Segundo ele, se tudo correr muito bem, a previsão mais otimista é de que o tratamento esteja disponível no mercado dentro de cinco anos.